quarta-feira, 16 de novembro de 2016

QUÃO GRANDE ÉS TU!
(Aprendendo sobre o nosso Deus)

O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor (Dt 6:4)

     Quem é Deus segundo as Escrituras sagradas? Esta é uma pergunta que, por mais que tentemos apresentar algumas respostas, estas, nunca serão plenamente satisfatórias. Afinal, somos seres humanos finitos e pecadores tentando entender um Deus infinito e santo. Mesmo assim, podemos afirmas algumas coisas, com base na revelação, sobre Deus, sua pessoa e características. A Bíblia diz que as coisas encobertas pertencem ao Senhor, e as reveladas pertencem a nós (Dt 29:29). Tudo o que sabemos sobre Deus advém da sua auto revelação. Se ele nunca tivesse se revelado, não saberíamos nada sobre ele. Por isso, reconhecemos que não sabemos tudo, mas apenas o que ele próprio quis que soubéssemos.
     Pois bem, diante de todas as maneiras que Deus se revelou a nós através da sua Palavra, podemos dizer que DEUS é Espírito Pessoal, Eterno, Infinito e Imutável; é Onipotente, Onisciente e Onipresente; é Perfeito em Santidade, Justiça, Verdade e Amor. Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas, Redentor, Juiz e Senhor da história e do universo, que Governa pelo seu Poder dispondo de todas as coisas, de acordo com o seu Eterno Propósito e Graça, que se revelou a humanidade.  É Deus Triuno; o Eterno DEUS é Pai, Filho e Espírito Santo, Pessoas distintas, porém sem divisão em sua essência. 
     Gostaríamos de destacar a ideia de “triunidade”. Ele é um Deus trino. E o que isso significa? A palavra “triunidade” não aparece nas Escrituras, mas foi criada para expressar uma verdade encontrada em toda a Escritura. A que Deus é um ser triúno, isto é, ele subsiste eternamente em três pessoas distintas e co-iguais. Todas elas são igualmente e plenamente divinas, no entanto, existe um único Deus (Dt 6:4; Tg 2:19). Deus é um em sua essência. Esta essência é única e indivisível. Essa essência não está fragmentada, de modo que cada pessoa da trindade seja uma parte de Deus. Todos sem exceção, o Pai o Filho e o Espírito Santo, possuem a totalidade da essência divina. Esta é uma daquelas doutrinas difíceis de entender logicamente, mas que não podem ser negadas devido a farta evidencia bíblica.
     Para tentar clarificá-la, pensemos nas três pessoas divinas de forma separadas. Começaremos a nossa abordagem falando sobre o Pai. Deus é chamado de Pai em alguns textos do Antigo Testamento (cf. Dt 32:6; 2 Sm 7:14; Sl 68:8; 89:26; Is 63:16; 64:8; Jr 3:4, 19; Ml 1:6; 2:10). A designação “Pai” não era muito comum para se referir a Deus no Antigo Testamento, principalmente para não confundir o Deus de Israel com os deuses tidos como progenitores pelos pagãos.[1] Em o Novo Testamento, entretanto, as referências bíblicas à pessoa do Pai são numerosíssimas: mais de 200 (cf. Mt 5:16; 6:9; 26:53; At 1:4; Rm 1:7; Gl 1:3; Ef 6:23, etc.). Quando somamos os textos do Antigo Testamento à revelação do Novo Testamento, descobrimos que o Pai é uma das pessoas da triunidade. Todos estes textos bíblicos revelam-nos informações preciosas e importantes sobre a pessoa do Pai do nosso Senhor Jesus Cristo (1 Pd 1:3).
     A Bíblia afirma, e por isso cremos, que o Pai é divino, isto é, ele é Deus: Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação (Jo 6:27 – grifo nosso cf. também 2 Co 1:2; Ef 4:6; 1 Pd 1:2-3). Se o Pai é Deus, consequentemente é, também, eterno (Sl 90:2). Deus, o Pai, existe antes de todas as coisas. Não foi gerado e nem criado; sempre existiu e sempre existirá. O passado, o presente e o futuro são igualmente conhecidos por ele, que observa todos os acontecimentos como um todo inter-relacionado.   O Pai não é um mero poder ou mesmo uma influência impessoal sobre a vida das pessoas. Pelo contrário, é um ser pessoal que possui a capacidade de raciocinar, de sentir, de almejar: Preocupa-se com os desfavorecidos (Sl 68:5); perdoa pecados (Mt 6:15; Mc 11:25); tem vontade própria (Mt 7:21; 18:19; Lc 12:32; 22:42; Jo 6:40; Gl 1:4); responde orações (Lc 11:13; 12:30-32); é sobre todos, por todos e está em todos (Ef 4:6). As Sagradas Escrituras também afirmam que o Pai é o responsável pelo planejamento da obra da redenção (Ef 1:3-6).
     Sobre Jesus, a segunda pessoa da triunidade, nós cremos que ele é plenamente Deus. Na Bíblia Sagrada há diversos textos que asseguram de maneira explícita a divindade de Cristo, como por exemplo, João 1:1: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Mais adiante, João narra a declaração de Tomé a Jesus: Senhor meu e Deus meu (Jo 20:28). O apóstolo Paulo também declara que Jesus é o grande Deus: ...aguardando a bendita esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2:13 cf. Rm 9:5). Pedro, de igual forma, reconheceu a divindade de Cristo: ...nosso Deus e Salvador Jesus Cristo (2 Pd 1:1).      Além da natureza divina, Jesus veio ao mundo como ser humano, com todas as limitações que o homem possui: fome, sede frio, cansaço, por exemplo. Sobre isso a Bíblia assegura: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1:14). Em outro texto lemos: Eu mesmo o vi com meus próprios olhos e o ouvi falar. Eu toquei nele com as minhas próprias mãos (I Jo 1:1 – BV). Deus se fez gente para identificar-se com o ser humano.
     Além do Pai e do Filho, atentaremos para o Espírito Santo, a terceira pessoa que integra a Triunidade divina. Nós cremos que, assim como o Pai e o Filho, ele, do mesmo modo, é Deus. Não podemos confundi-lo com uma energia, um poder ou uma força. Nos dias atuais, existe muita confusão em torno do Espírito Santo. Muitos o estão tratando como se ele fosse apenas um poder, que fica, constantemente, à disposição dos crentes; o que não é verdade. A Bíblia mostra que o Espírito Santo é tanto uma pessoa, quanto é Deus. O Espírito Santo é um ser pessoal - assim como o Pai e o Filho o são -, e não simplesmente uma força impessoal e ativa de Deus. Por ser uma pessoa o Espírito Santo tem intelecto (1 Co 2:10-11), tem vontade (1 Co 12:11) e tem sentimentos (Ef 4:30). Da mesma forma, a Bíblia atribui a Ele atos pessoais como ensinar (Lc 12:12); guiar (At 8:29); falar e escolher (At 13:2); interceder (Rm 8:26) e convencer (Jo 16:8), por exemplo. Com relação à sua deidade, um dos textos mais claros a esse respeito se encontra, no livro de Atos. No capítulo 5, versículo 3, na pergunta de Pedro a Ananias, ele afirma: ...mentisses ao Espírito Santo. E, no versículo 4, o apóstolo completa: ...não mentiste aos homens, mas a Deus. Portanto, fica claramente evidenciada, nestes versículos, a deidade do Espírito Santo.

PARA REFLETIR

01. Quem é Deus segundo as Escrituras? O que ele representa para você?

02. O que significa dizer que Deus é trino? Como provar esta doutrina?



[1] Severa (1999:92).