quinta-feira, 15 de setembro de 2016

CRIADOS POR DEUS!
(A criação do ser humano)

Deus criou o homem à sua imagem; (...); homem e mulher os criou (Gn 1:27)

      O primeiro versículo da Bíblia declara de maneira decisiva e firme que Deus é o criador de todas as coisas (Gn 1:1). Antes de existir qualquer coisa, ele já era, isto é, ele já existia. Ele foi, é e sempre será. No relato do primeiro capítulo de Gênesis nós o vemos criando tudo. Até que, depois de seis dias de muita criatividade, por parte de um criador extremamente sábio, onde a terra sofreu mudanças fenomenais, algo surpreendente acontece. Deus resolve criar o ser humano: Façamos o homem... (Gn 1:26), ele diz. E, no versículo seguinte lemos: E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1:27). Neste texto, e no capítulo seguinte de Gênesis, temos ensinos muito interessantes relacionados à nossa criação.
      Aprendemos sobre a distinção que existe na criação do ser humano: ... homem e mulher os criou (Gn 1:27, NBV). Desde o início da criação, Deus criou o ser humano com uma distinção de gênero ou sexo: ele fez “homem e mulher”. Sendo assim, quem nasce homem, deve louvar a Deus por ter nascido “homem”; e quem nasce “mulher” deve louvar a Deus por ter nascido “mulher”. Homens devem aceitar a masculinidade, e mulheres devem aceitar a feminilidade. O capítulo 2 de Gênesis mostra-nos a origem desta distinção. Conforme o relato, Adão vivia num mundo maravilhoso. O jardim do Éden era um lugar de beleza indescritível!
      O que mais ele poderia desejar? Ali, Adão podia apreciar a beleza das árvores agradáveis a vista, deliciar-se com o burburinho das águas cristalinas dos rios que cruzavam o Éden e davam um toque a mais de beleza ao ambiente. E o que dizer do canto dos pássaros, que enchia o ar de romantismo. À primeira vista, parecia que não faltava nada a Adão. Porém, diz a Bíblia, que não se achava uma ajudadora que fosse como sua outra metade (Gn 2:20). Depois desta observação o Senhor disse: eu lhe farei uma auxiliadora que lhe seja adequada (Gn 2:18b). E, nos versículos 21 e 22 temos a descrição de como isso aconteceu. Quando terminou de formar a mulher a Bíblia diz que Deus a trouxe ao homem (Gn 2:22).
      É bom frisarmos, aqui, novamente, que, apesar de Eva ter sido criada para Adão, como lemos em 1 Co 11:9, não devemos supor uma sugestão de importância menor da mulher, mas sim que existe uma diferença de papéis desde o início. A expressão auxiliadora (Gn 2:18), não sugere, em hipótese alguma, sentido de inferioridade. A palavra “auxiliadora” no original é ezer que encerra a idéia de “suprir algo crucial que está faltando”. A humanidade estava incompleta sem a criação da mulher.
      E mais: homens e mulheres dependem um do outro. Em 1 Co 11:8 Paulo diz que o homem não se originou das mulheres, mas as mulheres dos homens. Na sequência, para que não houvesse mal entendidos, ele afirmou: todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher. Pois, assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher (vs. 11-12). A mulher veio do homem, e eles precisam dela para nascer. As diferenças de papéis, não anulam a dependência entre homem e mulher. “Tudo vem de Deus” (1 Co 11:12b); Ele nos fez diferentes, mas, dependentes uns dos outros. Ambos, homens e mulheres, são iguais diante de Deus (Gl 3:18), e importantes para ele!        
      Aprendemos, também, sobre a nossa constituição: Diz o texto: ... Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente (Gn 2:7). O pó da terra, nosso corpo, mais o fôlego de vida, ou espírito, nos tornou em alma vivente. Então, a alma é a totalidade do ser. Somos seres integrais e não divisíveis. A fusão entre corpo e espírito resultou na alma, e a dissolução destes elementos, resulta em morte. Não existe corpo humano sem espírito, e nem espírito sem corpo.
            Aprendemos, em terceiro lugar, sobre a nossa valorização. Somente nós, seres humanos, temos a imagem de Deus (Gn 1:26-27). É por isso que, mesmo tendo sido formado do pó da terra, semelhante aos animais (Gn 2:19), não há elo biológico entre o homem e os animais.[1] Não é correto e nem bíblico chamar os seres humanos de “animais racionais”. Somos “seres humanos”! Os únicos capazes de pensar, escolher, criar, amar e adorar! Somos assim, porque Deus quis que fôssemos parecidos com ele.
O fato de sermos semelhantes a Deus significa, também, que somos seus representantes.[2] O ser humano é o representante de Deus na terra. As palavras hebraicas que exprimem “imagem” e “semelhança” são tselem e demût, respectivamente. Elas se referem a algo similar, mas não idêntico, à coisa que representa ou a imagem. Portanto, para os primeiros leitores de Gênesis 1:26, Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, significava “Façamos o homem como nós, para que nos represente”.[3]
      Há uma pergunta sobre nossa criação que precisamos responder neste estudo. Por que o ser humano foi criado? Com toda certeza Deus teve um objetivo em mente ao nos criar. É de suma importância para nós sabermos disso. A própria Bíblia responde esta pergunta. Em Isaías capítulo 43, versículo 7, ao se referir ao ser humano Deus diz: ...que criei para minha glória. Mais a frente, na carta de Paulo aos Efésios, essa verdade é novamente afirmada: Nele também fomos feitos herança (...) a fim de sermos para o louvor de sua glória (Ef 1:11-12). Deus nos criou para sua glória! Portanto, cientes desse objetivo, devemos nos esforçar ao máximo para fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31). Homens e mulheres foram feitos para glorificar a Deus!

PARA REFLEXÃO

01. O que podemos aprender sobre a criação do ser humano à luz de Gênesis 1:27-28 e 2:7?

02. O que significa dizer "fomos feitos à imagem e semelhança de Deus"? Por quê existimos?





[1] Hoff (1983:27).
[2] Grudem (1999:364).
[3] Ibidem