MAIS SANTIDADE!
(A santificação do ser humano)
... aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos (1 Co 1:2).
A santificação é outra parte importante do processo da salvação.
Nela, todos os cristãos verdadeiros estão vivendo. Ele é a etapa do meio do
processo da salvação, que se prolonga por toda a nossa vida cristã. O autor de
Hebreus diz que, sem ela, ninguém verá o
Senhor (Hb 12:14). A santificação é posicional e processual. Em 1 Coríntios
1:2 podemos ver estes dois conceitos claramente: ... aos santificados em Cristo Jesus (santificação posicional), chamados para serem santos (santificação
processual). Mas, vamos entender melhor estes dois conceitos.
Posicional por
que é uma realidade, uma posição do crente em Jesus. Nós somos
“santos”. Esta é nossa posição. É assim que Deus nos vê. Por isso os autores do
Novo Testamento chamam os crentes em Jesus de “santos” (2 Co 1:1; Fp
1:1; Cl 1:1; etc.). O substantivo grego traduzido por “santo” é hagios, que significa, literalmente,
“separado da condição ou uso comum”.
Nós somos
santos, não porque adquirimos uma posição elevada de espiritualidade, mas
porque, ao recebemos Cristo como Senhor, fomos “separados” do nosso antigo modo
de viver, para um novo estilo de vida, orientado por padrões estabelecidos por
ele. Tudo o que Cristo fez por nós na cruz nos garante esta posição. Por causa
dele fomos santificados (1 Co 1:2); ele é nossa “santificação” (1 Co 1:30).
Antes éramos inimigos, agora somos amigos. Antes éramos profanos
desesperançados, agora somos “santos” cheios de perspectiva. É importante
lembrar que a palavra “santo”, sempre é usada no Novo Testamento no plural,
nunca no singular. Ninguém é chamado de “santo” individualmente. Este não é um
título pessoal, mas um substantivo usado algumas vezes para descrever a posição
do crente em Jesus nascido de novo.[1]
Se você é
nascido de novo, posicionalmente, você é santo, isto é, você foi separado.
Antes de receber a Cristo vivia de um jeito, depois deste dia, tudo mudou. Fomos
separados para viver de outra maneira. E, neste sentido, afirmamos também, que
a santificação é processual: A Bíblia
diz: ... desenvolvei a vossa salvação com
temor e tremor (Fp 2:12). Na regeneração começa a nossa caminhada, mas
ainda não estamos totalmente prontos, há um longo caminho a percorrer até que
cheguemos... à medida da estatura da
plenitude de Cristo (Ef 4:13). Vista como um processo, podemos definir a
santificação como a obra que Deus desenvolve em nós, dia-a-dia, para nos
afastar cada vez mais do pecado, e para nos tornar cada vez mais parecidos com
Cristo em nosso viver diário.
Este
conceito pode até parecer estar em conflito com o primeiro; mas não está. Eles
são complementares. Apesar de sermos posicionalmente santos, não somos
completamente santos; estamos em processo. Embora não sejamos mais escravos do
pecado (Rm 6:18), ele insiste em permanecer em nós. Ao mesmo tempo em que
o Novo Testamento chama os cristãos de santos (1 Pd 2:9; 2 Pd 1:21; 3:2)
exorta-os: Sede vós também santos (1
Pd 1:15). Uma coisa é ser chamado de “santo”, outra coisa é viver como “santo”.
Este é o desafio apresentado pela Palavra de Deus: “Os santos precisam viver
como santos!”, aperfeiçoando a santidade
no temor de Deus (2 Co 7:1b – AS21). É possível, e triste, quando os chamados santos (Rm 1:7), vivem de forma
indigna. Precisamos viver de acordo com nossa posição! O pecado não é mais
senhor da nossa vida (Rm 6:14).
No processo
de santificação, nossa base é a Palavra de Deus e nosso alvo é Jesus (Fp
3:13-16). Vivenciamos o processo olhando para ele (Hb 12:1-2). Um dia seremos
como ele é (1 Jo 3:2). Atualmente, mesmo que não pequemos habitualmente (1 Jo
3:6), ainda pecamos. Porém, temos o Espírito Santo que habita em nós (1 Co
3:16; 6:19). Ele é o agente da santificação pessoal, e nos ajuda a mantê-la
diariamente (cf. 2 Ts 2:13; Gl
5:16-18; 22; Rm 8:14). Não estamos sozinhos neste processo! Até o dia da
Segunda vinda de Cristo, por ocasião da glorificação, quando não precisaremos
mais vivenciar o processo de santificação, pois estaremos para sempre livres da
presença do pecado, o Senhor estará do nosso lado, aperfeiçoando a boa obra que ele começou em nós um dia
(Fp 1:6).
É
lamentável observar pessoas que se dizem evangélicas, mas não vivem o
evangelho. Ao invés de viverem as propostas das Escrituras, continuam a se
ajustar aos desejos que tinham nos tempos
passados. Nós cremos e pregamos a necessidade imperiosa de uma vida de
santificação: Porque Deus não nos chamou
para a impureza, mas para a santificação (1 Ts 4:7). Santifiquemos-nos em
tudo (1 Ts 5:23): intelecto, emoções, vontade, palavra, pensamentos, corpo
físico, enfim, em toda a nossa maneira de viver (1 Pd 1:15).
Cresçamos em santidade, todavia, sem nunca nos gloriarmos em nossa santidade,
mas na cruz de Cristo; sem nunca esquecermos que, “o mais santo dos santos
nunca é algo mais do que um pecador justificado e jamais se considera de
qualquer outra forma”.[2]
É
importante dizermos, também, que somente crentes cheios do Espírito Santo são
capazes de evidenciar o caráter de Cristo. Somente crentes cheios do Espírito
Santo são capazes de influenciar e abalar uma sociedade enferma pelo pecado e
pela corrupção. Precisamos resplandecer
como astros no mundo (Fp 2:15), nunca foi tão grande a carência de pastores
santos, educadores santos, alunos santos, empresários santos, políticos santos,
jovens e adultos santos, cristãos santos! Os alertas e desafios bíblicos
precisam ser atendidos por nós, urgentemente. Santidade já!
PARA REFLETIR
01. Que importante posição recebemos ao crermos em Jesus Cristo
como nosso Senhor?
02. Diante desta posição que recebemos, que mandamento temos
relacionado à santificação? O que isso significa, na prática?