segunda-feira, 3 de outubro de 2016

MAIS SANTIDADE!
(A santificação do ser humano)

... aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos (1 Co 1:2).

A santificação é outra parte importante do processo da salvação. Nela, todos os cristãos verdadeiros estão vivendo. Ele é a etapa do meio do processo da salvação, que se prolonga por toda a nossa vida cristã. O autor de Hebreus diz que, sem ela, ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). A santificação é posicional e processual. Em 1 Coríntios 1:2 podemos ver estes dois conceitos claramente: ... aos santificados em Cristo Jesus (santificação posicional), chamados para serem santos (santificação processual). Mas, vamos entender melhor estes dois conceitos.
Posicional por que é uma realidade, uma posição do crente em Jesus. Nós somos “santos”. Esta é nossa posição. É assim que Deus nos vê. Por isso os autores do Novo Testamento chamam os crentes em Jesus de “santos” (2 Co 1:1; Fp 1:1; Cl 1:1; etc.). O substantivo grego traduzido por “santo” é hagios, que significa, literalmente, “separado da condição ou uso comum”.
Nós somos santos, não porque adquirimos uma posição elevada de espiritualidade, mas porque, ao recebemos Cristo como Senhor, fomos “separados” do nosso antigo modo de viver, para um novo estilo de vida, orientado por padrões estabelecidos por ele. Tudo o que Cristo fez por nós na cruz nos garante esta posição. Por causa dele fomos santificados (1 Co 1:2); ele é nossa “santificação” (1 Co 1:30). Antes éramos inimigos, agora somos amigos. Antes éramos profanos desesperançados, agora somos “santos” cheios de perspectiva. É importante lembrar que a palavra “santo”, sempre é usada no Novo Testamento no plural, nunca no singular. Ninguém é chamado de “santo” individualmente. Este não é um título pessoal, mas um substantivo usado algumas vezes para descrever a posição do crente em Jesus nascido de novo.[1]  
Se você é nascido de novo, posicionalmente, você é santo, isto é, você foi separado. Antes de receber a Cristo vivia de um jeito, depois deste dia, tudo mudou. Fomos separados para viver de outra maneira. E, neste sentido, afirmamos também, que a santificação é processual: A Bíblia diz: ... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor (Fp 2:12). Na regeneração começa a nossa caminhada, mas ainda não estamos totalmente prontos, há um longo caminho a percorrer até que cheguemos... à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4:13). Vista como um processo, podemos definir a santificação como a obra que Deus desenvolve em nós, dia-a-dia, para nos afastar cada vez mais do pecado, e para nos tornar cada vez mais parecidos com Cristo em nosso viver diário.
Este conceito pode até parecer estar em conflito com o primeiro; mas não está. Eles são complementares. Apesar de sermos posicionalmente santos, não somos completamente santos; estamos em processo. Embora não sejamos mais escravos do pecado (Rm 6:18), ele insiste em permanecer em nós. Ao mesmo tempo em que o Novo Testamento chama os cristãos de santos (1 Pd 2:9; 2 Pd 1:21; 3:2) exorta-os: Sede vós também santos (1 Pd 1:15). Uma coisa é ser chamado de “santo”, outra coisa é viver como “santo”. Este é o desafio apresentado pela Palavra de Deus: “Os santos precisam viver como santos!”, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus (2 Co 7:1b – AS21). É possível, e triste, quando os chamados santos (Rm 1:7), vivem de forma indigna. Precisamos viver de acordo com nossa posição! O pecado não é mais senhor da nossa vida (Rm 6:14).
No processo de santificação, nossa base é a Palavra de Deus e nosso alvo é Jesus (Fp 3:13-16). Vivenciamos o processo olhando para ele (Hb 12:1-2). Um dia seremos como ele é (1 Jo 3:2). Atualmente, mesmo que não pequemos habitualmente (1 Jo 3:6), ainda pecamos. Porém, temos o Espírito Santo que habita em nós (1 Co 3:16; 6:19). Ele é o agente da santificação pessoal, e nos ajuda a mantê-la diariamente (cf. 2 Ts 2:13; Gl 5:16-18; 22; Rm 8:14). Não estamos sozinhos neste processo! Até o dia da Segunda vinda de Cristo, por ocasião da glorificação, quando não precisaremos mais vivenciar o processo de santificação, pois estaremos para sempre livres da presença do pecado, o Senhor estará do nosso lado, aperfeiçoando a boa obra que ele começou em nós um dia (Fp 1:6). 
            É lamentável observar pessoas que se dizem evangélicas, mas não vivem o evangelho. Ao invés de viverem as propostas das Escrituras, continuam a se ajustar aos desejos que tinham nos tempos passados. Nós cremos e pregamos a necessidade imperiosa de uma vida de santificação: Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação (1 Ts 4:7). Santifiquemos-nos em tudo (1 Ts 5:23): intelecto, emoções, vontade, palavra, pensamentos, corpo físico, enfim, em toda a nossa maneira de viver (1 Pd 1:15). Cresçamos em santidade, todavia, sem nunca nos gloriarmos em nossa santidade, mas na cruz de Cristo; sem nunca esquecermos que, “o mais santo dos santos nunca é algo mais do que um pecador justificado e jamais se considera de qualquer outra forma”.[2] 
É importante dizermos, também, que somente crentes cheios do Espírito Santo são capazes de evidenciar o caráter de Cristo. Somente crentes cheios do Espírito Santo são capazes de influenciar e abalar uma sociedade enferma pelo pecado e pela corrupção. Precisamos resplandecer como astros no mundo (Fp 2:15), nunca foi tão grande a carência de pastores santos, educadores santos, alunos santos, empresários santos, políticos santos, jovens e adultos santos, cristãos santos! Os alertas e desafios bíblicos precisam ser atendidos por nós, urgentemente. Santidade já!

PARA REFLETIR

01. Que importante posição recebemos ao crermos em Jesus Cristo como nosso Senhor?

02. Diante desta posição que recebemos, que mandamento temos relacionado à santificação? O que isso significa, na prática?







[1] Wilkinson (2002:45).
[2] Packer (2010:102).