sexta-feira, 16 de setembro de 2016

AINDA HÁ ESPERANÇA!
(A restauração do ser humano)

E o Senhor Deus fez roupas de peles (...) e os vestiu (Gn 3:21).

Todos os seres humanos nascem pecadores. Não existe um ser humano sobre a face da terra que só faça o bem, e nunca peque (Ec 7:20). O pecado nos levou para longe de Deus. Não precisamos frequentar nenhum tipo de escola para aprendermos a pecar; nascemos assim (Sl 51:5). Todavia, as coisas não ficarão como estão para sempre. O Deus que criou homem e mulher perfeitos, puros, para viverem em harmonia e dar prazer a ele, providenciou um meio para sua restauração. No próprio livro do Gênesis, temos lampejos desta restauração.  
Mesmo havendo ciência de que o ser humano era digno de nada mais que a morte, surgiram dos lábios amorosos do Pai, palavras de esperança e restauração: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3:15). O Novo Testamento “dá boa autorização para ver-se aqui o protevangelium, o primeiro vislumbre do Evangelho”.[1] O descendente da mulher, Cristo, é a “luz no fim do túnel”; é a nossa garantia de vida diante da morte eterna.
Outro lampejo da graça de Deus está no versículo 21, de Gênesis 3. Neste texto encontramos outro ato gracioso de Deus: fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e a sua mulher. Sabemos que, para providenciar a pele, um animal teve de morrer. Esse ato já era prenúncio do que Cristo faria pelos pecadores, na Cruz. Jesus é a única esperança, o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8). Então, em Gênesis capítulo 3, a restauração foi “prometida” (v. 15) e “prefigurada” (v. 21). Deus, através de Cristo, reconciliou consigo o ser humano: Pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação (2 Co 5: 19).
A Bíblia compara os dois personagens mais influentes da humanidade: Adão (o homem que caiu) e Jesus (o homem que restaurou). O primeiro trouxe-nos ofensa e morte, o segundo, porém, nos presenteou com perdão e abundância de vida (Rm 5:14-15); aquele nos trouxe a amarga condenação, mas este nos justificou através da sua morte! (Rm 5:17,19). Isso significa que não estamos sozinhos no mundo. O pecado pode até nos afastar da comunhão de Deus, mas não do amor dele (Rm 8:38-39). Cristo é a nossa garantia de que um dia, de uma vez por todas, seremos livres do pecado e da morte (1 Co 15:53).
Se não fosse a intervenção salvífica de Cristo em nossa história, estaríamos eternamente condenados à morte (Rm 6:23). O Eterno, se tornou mortal; Deus se fez homem e como tal, encarou a arrogância e a maldade humana, como também, a vergonha da cruz (Fp 2:7-8). Por sua morte, fomos libertos e salvos. Hoje, somos escravos não mais do pecado, mas de Deus (Rm 6:18). O texto de Atos 4:12 nos evidencia a singularidade do Salvador: E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. Os dois negativos (nenhum outro e nenhum outro nome) proclamam a singularidade positiva do nome de Jesus. A sua morte e ressurreição, sua exaltação e autoridade fazem dele o único Salvador.
Ninguém mais, dentre os homens, possui tais qualificações, a não ser Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.[2] Ele é a razão e a certeza da nossa salvação. Jesus Cristo, além de Salvador, é também o nosso mediador (1 Tm 2:5,6). Segundo Stott, um mediador é um intermediário, a pessoa que se acha no meio, que efetua a reconciliação entre duas partes em rivalidade.[3]
             Antes do sacrifício salvífico de Cristo, o sumo sacerdote fazia a função de mediador entre Deus e os homens, por meio de sacrifícios. Porém, tanto o sumo sacerdote quanto os sacrifícios para remissão de pecados eram imperfeitos (Hb 9:13). O texto de 1 Tm 2:5 declara que o Jesus homem, é o mediador. Por esta razão, ele se tornou o perfeito sumo sacerdote da humanidade, pois era necessário que ele fosse semelhante a nós. Em Hebreus 2:17, “Jesus é descrito como um sumo sacerdote que representa o homem diante de Deus, desvia a ira de Deus, cura o coração quebrantado, ergue o caído e ministra às necessidades do seu povo.[4]
            Não há mais separação entre nós e Deus. Sem merecer, fomos salvos e reconciliados pelo sacrifício vicário de Cristo! Se você está em Cristo, não haverá condenação para a sua vida (Rm 8:1). Você foi salvo mediante o sangue dele! Os muros de separação que havia entre Deus e você foram destruídos! Até mesmo o véu do templo que separava o lugar santo do santíssimo, se rasgou em dois de alto a baixo (Mt 15:38), abrindo-lhe caminho a fim de que você tenha livre acesso ao Pai. Agora temos paz com Deus por Jesus Cristo (Rm 5:1)! Temos um Salvador e Mediador ao nosso lado.
            Lembra que lá no Éden, depois do pecado, os seres humanos foram expulsos do jardim? (Gn 3:23). Ainda se recorda da razão porque Deus fez isso? Ele não queria que o ser humano comesse do fruto da árvore da vida e vivesse eternamente em pecado! (Gn 3:22). Já pensou que lástima seria! Por isso, Deus os expulsou e colocou os querubins para guardarem o caminho da arvore da vida. Todo o plano de salvação já estava arquitetado por Deus. Ele conhece tudo. Nós voltaremos, sim, a eternidade, mas sem pecado. Antes de vivermos eternamente, de novo, Deus nos restaurou em Cristo. Quem o recebe como Senhor passa a ser Filho de Deus, e tem seus pecados perdoados.   

PARA REFLETIR

01. Qual é a condição de todo ser humano ao nascer?

02. Resta esperança para a espécie humana? O que Deus fez para restaurar o ser humano a sua condição original, isto é, para que um dia ele possa vive a eternidade?






[1] Kidner (1967:66)
[2] Stott (2008:107)
[3] Stott (2004:67)
[4] Kistemaker (2003:113)