quarta-feira, 12 de outubro de 2016

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES
(A comunhão na vida cristã)

... é bom e agradável quando os irmãos vivem em união (Sl 133:1, NBV)

            Você já participou de um ajuntamento entre cristãos? Geralmente, há muita comida, bebida, alegria, etc. Estes momentos são mesmos muito bons. Sabe por que gostamos deles? Não fomos criados para viver sozinhos. Nenhum homem é uma ilha. Somos seres sociais, criados para viver em comunidade. Lembra-se de uma das últimas orações por seus discípulos, antes de sua morte, registrada em João 17? Sabe pelo que ele orou? Para que eles vivessem em unidade. Não orou por riquezas e nem sucesso, mas para que vivessem em unidade. Jesus não queria que eles vivessem isolados na solidão que jamais satisfez a humanidade, mas que buscassem relacionamentos comuns que enriquecessem, revigorassem e energizassem seus corações.   
Comunhão é importante. Os cristãos primitivos viviam em comunhão. Costumavam comer juntos, tinham tudo em comum (At 2:42, 46). Antes da ceia, por exemplo, eles tinham a festa do “Agape” ou “festa do amor”. Era um jantar em que os cristãos traziam suas refeições de casa para comerem juntos, e depois celebravam a ceia. A ênfase da festa do amor estava no amor mútuo e no compartilhar refeições. Quem cria a verdadeira comunhão entre os cristãos e faz com que realmente nos importemos com o outro é o Espírito Santo (2 Co 13:13 – “a comunhão do Espírito”).
A palavra grega traduzida por “comunhão” é “koinonia”. A ideia desta comunhão é “compartilhar”, era usada com relação a pessoas que tinham interesses em comum. “Koinonia” era usada em relação ao matrimônio e, também, em relação à coproprietários de um negócio, isto é, quando duas pessoas se ajuntavam para abrir algum negócio em sociedade. Em que sentido temos “koinonia”, ou comunhão uns com os outros? O que temos em comum? Na verdade, temos muitas coisas! Afinal, todos fomos regenerados, justificados, vamos morar no mesmo lugar um dia, temos o mesmo irmão mais velho (Jesus), o mesmo Pai, somos todos irmãos! Já que temos tantos interesses em comum devemos viver em unidade. Ser companheiros uns dos outros, se importar uns com os outros!
Por saber que a comunhão é tão importante, vamos pensar sobre alguns equívocos relacionados à comunhão, bem comum. O primeiro equívoco é confundir comunhão com comer pão.  Comunhão envolve comer junto, mas é muito mais que isso. Comer junto fortalece a comunhão, mas não pode criá-la. Comunhão é mais que partilhar uma refeição. É possível comer com alguém, mas mesmo assim não ter comunhão com esta pessoa. Veja na igreja de Corinto, eles tinham comida, mas não comunhão. O objetivo da reunião deles era companheirismo, mas só tinha “panelinhas”. Havia divisões entre eles (1 Co 11:18). Os cristãos mais abastados levavam sua comida e não esperava os mais pobres chegarem. Eles eram negligenciados. Não havia comunhão verdadeira, mas havia comida. Não valorizemos mais a comida do que o irmão. Comunhão está além da comida. Comunhão está no se importar de verdade, no ter interesse real na pessoa. Coma junto, todavia, faça de sua comunhão mais do que comida, do contrário não será comunhão.
O segundo equívoco é achar que a comunhão pode ser vivida sem levar em conta os interesses do outro. Os cristãos de Corinto não se importavam com os interesses dos irmãos mais humildes. Leia 1 Coríntios 11:17-23 e veja esta verdade. Isso não é comunhão. Eles estavam felizes entre o “grupo” deles, mas desprezavam uma classe. A verdadeira comunhão leva em conta o interesse do outro. Jesus sempre levou em conta o interesse do outro. Em 1 João 3:16, está escrito: Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. É preciso ter interesse verdadeiro no outro para viver a verdadeira comunhão. Esse interesse é produzido pelo Espírito. É mais do que dar um abraço ou “tapinha nas costas”. É mais do dizer “A paz do Senhor”. É se importar de fato. E, com certeza, é bem mais fácil falar sobre isso do que viver.   
            O terceiro equívoco relacionado à comunhão é desassociar comunhão com Deus da comunhão com o irmão. Os cristãos iriam participar da “mesa do Senhor”, da “ceia”, e estavam ignorando os irmãos. Achavam que podiam ter comunhão com Deus, sem tê-la com os irmãos. Não dá. O apóstolo João diz que, se alguém diz “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, a quem viu, não pode amar a Deus, a quem não viu (1 Jo 4:20). Em Mateus 5:23-24 o Senhor Jesus disse que, ao apresentarmos uma oferta, se lembrarmos que temos algo contra o nosso irmão, devemos primeiro entrar em acordo com ele. Daí, depois apresentarmos a oferta a Deus. Em Mateus 18:21-22 Pedro pergunta para Jesus quantas vezes se deve perdoar um irmão. Em sua pergunta Pedro sugere: Sete? As leis judaicas diziam que um pessoa deveria perdoar a outra 3 vezes. Quando Pedro diz 7, ele quer ser elogiado. Daí Jesus responde: 70x7. Jesus não queria que ele calculasse e chegasse ao número 490, mas queria mostrar que o perdão é ilimitado. Comunhão com o próximo tem sim, muita coisa a ver com comunhão com Deus. Você tem dificuldades de perdoar? Tem dificuldades com algum irmão? Acerte sua situação com ele o quanto antes.
O quarto e último equívoco relacionado à comunhão, é pensar que comunhão pode ser vivida fora da comunidade. A comunidade de Corinto estava com problemas, mas em que texto Paulo diz para algum crente deixar a comunidade. Nenhum! Mesmo dizendo que as reuniões estavam fazendo mal, ao invés de bem (1  Co 11:17). Paulo tenta organizar a comunidade, para que a comunhão possa ser sentida de maneira plena. A vida cristã é para ser vivida junta. Não existe igreja perfeita. Se um dia encontrássemos uma igreja perfeita deveríamos ficar longe dela, para que ele não começasse a ser imperfeita. Todos somos imperfeitos! É neste ambiente que vamos crescendo e nos ajudando uns aos outros. A solução nunca é abandonar a comunidade! Veja alguns textos bíblicos que mostram a importância da comunhão na igreja: Rm 12:10; 14:13; 15:7; 16:16; Gl 5:13; Ef 4:2; Cl 3:9; 1 Ts 5:9; Cl 3:13. Que o Espírito Santo produza em nossa meio este tipo de comunhão, que não é superficial, mas verdadeira e profunda.

PARA REFLETIR

01. Como você define comunhão?


02. Quais são os equívocos sobre a comunhão que não podemos cometer?