SOB
NOVA DIREÇÃO
(O fruto do Espírito na vida cristã)
Vivam
pelo Espírito (Gl 5:16, NVI).
Toda
pessoa, ao receber Cristo como seu Senhor, começa a desfrutar da habitação do
Espírito Santo (2 Tm 1:14). Já dissemos noutra estudo deste “guia” que o
Espírito é essencial em nossa vida cristã. E é mesmo! Por isso, na carta aos
Gálatas, depois de tratar das obras da carne, próprias dos seres humanos que
não tem Deus, o apóstolo dá a seguinte instrução: Vivam pelo Espírito (Gl 5:16, NVI). Somente quando vivemos pelo
Espírito que conseguimos não satisfazer os desejos da carne, que neste texto
(v. 16b), não se refere ao nosso corpo físico, mas a nossa natureza pecaminosa.
É isso mesmo! A “carne”,
que deseja coisas diferentes das que o Espírito deseja é a nossa natureza
corrompida por causa do pecado. É a carne de Gálatas 5:17. Essa corrupção afeta
o ser humano como um todo. Ao nascermos, longe de Deus, estávamos programados
para agradar a nós mesmos, não a Deus. Quando recebemos Cristo como Senhor, a
carne – nossa natureza pecaminosa – recebe um golpe e tanto. Todavia, mesmo
tendo recebido Cristo como Senhor, ainda existem focos de rebelião em nós, que
só serão exterminados na vinda de Cristo por ocasião da glorificação. Até lá,
precisamos lutar contra eles, contra a carne, contra a nossa natureza pecaminosa.
Neste mesmo
texto, a Bíblia diz quem nos ajuda nesta luta: a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si (Gl
5:17). O Espírito é nosso aliado (do cristão) nesta batalha. É bom que se diga
que, mesmo quem tem o Espírito vai desejar coisas erradas mas justamente porque
tem o Espírito não vai satisfazer esses desejos. O próprio Paulo diz que, em
sua carne, não habita “bem nenhum”; por isso, o “querer o bem” está nele, mas
não o efetuar (Rm 7:18). A luta entre o querer e o fazer só pode ser vencida se
contarmos com a ajuda do Espírito Santo. Esse é o grande segredo da vitória
sobre o poder da carne.[1]
Segundo Gálatas,
o Espírito Santo produz na vida de todo discípulo de Jesus um “fruto”: Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5:22-23). É
interessante que a palavra está no singular, e não no plural. Se estivesse no
plural, teríamos a ideia de produtos diversos e distintos, enquanto a Bíblia
está querendo mostrar que, na verdade, vários aspectos de uma mesma colheita.
“Nenhuma das qualidades que Paulo menciona deve ser tratada como uma finalidade
em si mesma”.[2]
Todas elas fazem parte do caráter de Cristo. O Espírito vai imprimindo cada uma
delas em nós, quando nos rendemos a Cristo. Segundo Marcondes Filho,[3] o “fruto do Espírito é o
resultado da operação maravilhosa d Deus no coração daquele que recebe a Cristo
como seu único e suficiente Salvador, propiciando, não só a purificação dos
pecados, mas as condições necessárias para que possa estar vivendo” como
discípulo dele, e sendo vitorioso na luta contra a carne.
Todas estas
características do fruto do Espírito não aparecem de repente em nossa vida,
como num passe de mágica, quando recebemos a Cristo. Todavia, com a nova vida
que ganhamos, iniciamos uma jornada. Nesta jornada, dia-a-dia, o Espírito vai
nos fazendo mais parecidos com Cristo. Estas qualidades, obviamente, vão aparecer.
A possibilidade da frutificação nos foi dada no momento da conversão, toda via,
sua efetividade se manifesta num contínuo desejo de nos parecermos crescermos
espiritualmente. Pois bem, analisemos cada uma das características do fruto do
Espírito, para termos uma visão completa do mesmo:
Amor: O amor, como parte integrante do fruto do
Espírito, é o reflexo do amor de Deus, porque Deus é amor (2 Co 13:11); é a
evidência de que a pessoa procede de Deus (1 Jo 4:7-8). É por esse amor que
somos conhecidos como discípulos de Cristo (Jo 13:34-35). Ele é comprovado ao
amarmos e ajudarmos nosso próximo (1 Jo 2:10, 3:14,18, 4:12,20,). Alegria: A alegria não é uma emoção
passageira, que dependa das situações externas. Ela continua existindo, apesar
das provações. Muitas vezes, alegria e aflições andam lado a lado (At 13:51; 2
Co 6:10; Cl 1:24; 1 Ts 1:6; 1 Pd 4:8). Paz:
A paz não significa apenas ausência de conflitos; ela descreve a perfeição dos
nossos relacionamentos com o próximo e com Deus (Rm 5:1, 12:8). Quem tem a paz
do Espírito, procura conviver harmoniosamente com todos (2 Tm 2:29; Tg 3:18).
Longanimidade: No grego,
longanimidade é makrothumia, sendo
que makros significa
"longo" e thumos, “ânimo”.
Esta palavra tem o seu sentido estreitamente relacionado ao de perseverança. O
crente que possui longanimidade consegue resistir ou tolerar pessoas e
situações desagradáveis, sem perder o ânimo. Benignidade: O crente que possui a benignidade é gracioso e gentil
para com os outros. A benignidade de Deus deve ser imitada por nós: ... sede uns para com os outros benignos
(Ef 4:32). Bondade: A palavra bondade
é usada apenas em Rm 15:14; Ef 5:9; 2 Ts 1:11. Ela tem a ideia de generosidade.
O crente que vive pelo Espírito Santo está sempre disposto a agir de maneira
generosa e solidária para com aqueles que estão em necessidade. Fidelidade: A fidelidade tem a ver com
ser fiel no pouco e no muito (Mt 25.21); significa, também, ser leal às
verdades do evangelho do Senhor Jesus Cristo. A fidelidade é uma virtude do
próprio Deus (Dt 32:4; 1 Co 1:9; 2 Ts 3:3), e é ela que mantém a palavra do
crente. Mansidão: O cristão que
possui mansidão não age de forma violenta, ruidosa, agressiva, impetuosa (Ef
4:2; Cl 3:12). Em seu sermão do monte, Jesus – que é manso (Mt 11:29) –
prometeu bênção a quem tem essa virtude (Mt 5:5). Por fim, domínio próprio: Em algumas versões bíblicas, o domínio próprio,
aparece traduzido por temperança, e significa completo autocontrole sobre os
desejos e apetites carnais que procuram desviar-nos da vontade de Deus. Ela é
essencial para que nos libertemos da tirania da carne, que é contra o que o
Espírito quer: O cristão que em tudo (mente, corpo e emoções) se domina (1 Co
9:25) receberá a coroa da vida, a qual o
Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1:12).
PARA
REFLETIR
01.
O que é o fruto do Espírito e quando ele começa a ser gerado em nós?
02.
Quais são as características do fruto do Espírito?