MORDOMOS DOS BENS E DA VIDA DEVOCIONAL
(A mordomia na vida cristã)
“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente...?” (Lc 12:42).
No
último estudo começamos a estudar sobre a “mordomia cristã”. Somos
administradores do Senhor nesta terra. Vimos que somos mordomos do nosso tempo
e, também, no nosso corpo. No presente estudo, continuaremos falando sobre a mordomia
cristã noutras duas áreas: nas finanças e na vida devocional. Precisamos administrar
bem o dinheiro que Deus coloca em nossa mão, e também o cultivo de nossa vida
cristã, praticando exercícios espirituais. Vejamos com mais detalhes:
Em primeiro lugar, pensemos em nosso papel
como mordomos de nossas finanças. Existe um Provérbio muito interessante,
que diz o seguinte: Honra ao Senhor com os teus bens e com as
primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e
transbordarão de vinho os teus lagares (3:9-10). Sabe qual o grande ensino deste
Provérbio? Precisamos glorificar a Deus com as nossas rendas. Esta é o sentido
do verbo “honrar”. Como eu faço isso? Utilizando meu dinheiro de modo a
agradá-lo. Na prática, isso significa pelo menos três coisas: dizimar, ofertar
e repartir.
Dizimar:
O significado de “dízimo” está implícito na
própria palavra e equivale a 10% (dez por cento) de um todo. Esse todo representa
100% (cem por cento). Dividindo-se esses 100% (cem por cento) por 10, temos o
quociente 10. O resultado dessa divisão representa o dízimo. Portanto, o dízimo
de 100 ovelhas são 10 ovelhas; o dízimo de R$: 100,00 (cem reais) são R$: 10,00
(dez reais). Sobre o dízimo temos a seguinte recomendação: Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida (Ml 3:10). O próprio Jesus deu validade a
esta prática em certa ocasião (Mt 23:23).
Ofertar:
As ofertas, ao contrário dos dízimos, não
são feitas com base num percentual da quantia recebida. Ofertar é um ato
natural de agradecimento. As ofertas são sempre voluntárias (1 Co 9:7). Aos que
são fiéis em suas contribuições, Deus promete bênçãos. Contudo, não concordamos
com aqueles que procuram motivar a prática das contribuições com a promessa de
que serão revertidas em prosperidade material, como se a relação do crente com
Deus fosse à base de troca: “É dando que se recebe”. Não podemos enfatizar
tanto a questão do retorno financeiro a ponto de esquecermos que este não é o
benefício de que o crente mais precisa. O crente deve contribuir com fé, como
fez a viúva pobre, descrita em Lc 21:1-4, que, ao contrário dos que ofertavam
do que lhes sobejava, colocou, na salva, tudo que possuía. Ela tinha a certeza
de que Deus não lhe deixaria faltar o necessário para o seu sustento. O mais
importante para ela era glorificar a Deus.
Repartir: Deus espera que sejamos
generosos com o nosso próximo que tem dificuldades financeiras. A ajuda ao
necessitado sempre esteve entre as práticas cristãs (Mt 6:1-4). Se você tem muito ou pouco, não existe desculpa para não ser generoso.
Em 2 8:2, Paulo diz que os irmãos da Macedônia eram extremamente pobres,
entretanto, transbordaram em riqueza de
generosidade. Eles deram voluntariamente na medida dos seus bens. Mesmo não
tendo quase nada, quiseram participar da assistência àqueles que não tinham
nada. Mesmo tendo pouco, peça a Deus condições para ajudar o que não tem nada.
Agora, se você tem muito, gostaria que lesse um recado da palavra de Deus: Ordene aos que são ricos no presente mundo
que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza das riquezas,
mas em Deus que tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes
que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos em repartir. Dessa
forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a
era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida (1 Tm 6:17-19).
Por fim,
como mordomo das nossas finanças sempre tenha em mente que Deus é o dono de
tudo. Do Senhor é a terra e a sua
plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1). Nossa vida e tudo
o que temos pertencem ao Senhor. Nossa respiração, nossa saúde física e mental,
nosso emprego, nossos ganhos, nossos bens, etc. É este o modo de entender do
cristão. Nele vivemos, e nos movemos, e
existimos.
Em segundo lugar,
pensemos em nosso papel como mordomos de nossa vida devocional. Gostaria de destacar duas práticas cristãs devocionais
importantes: a oração e o jejum. Como mordomos que somos, devemos sempre
reservar tempo para ambas. “Um cristão maduro
é aquele
que tem uma vida plena de oração. (...) Desperdiçamos tempo e energia quando
tentamos viver a vida sem oração”.[1]
Uma oração é uma fala. No sentido religioso do termo, é o meio pelo qual o
cristão conversa com Deus. Osmar Ludovico diz que “a oração é uma relação de amizade pessoal com Deus”. Orar não significa
dedicar alguns minutos de manhã e à noite para balbuciar algumas palavras a
Deus. Oração é relacionamento. Um relacionamento que controla a vida toda. Orar
significa que a própria vida tornou-se um diálogo com Deus. Envolve muito mais
do que proferir palavras. É muito mais do que falar com a boca, é falar com o
coração. Jesus nos ensinou a orar (Mt 6:5-13).
Além da oração, outra prática
igualmente importante é o jejum. Jejum é a abstinência total ou parcial de
alimentos. Na Bíblia, está ligado a uma abstenção de alimentos, sempre com fins
espirituais. A palavra “jejum” traz a ideia de “abnegação”. Quando jejuamos,
renunciamos as exigências naturais do organismo, junto com o prazer de comer,
para dependermos totalmente de Deus. Confessamos, com o jejum, que dependemos
somente do Senhor. Confiamos nele para nos sustentar, durante todo o dia, como
se estivéssemos comendo algum tipo de alimento. Deixamos de nos alimentar do
pão material para nos alimentar do pão do céu. O estômago descansa de alimento
para o coração se encher da presença e da graça do Senhor. O jejum não deve ser
usado como uma forma de se tentar manipular Deus. Muitas pessoas usam o jejum
como uma forma de tentar comprar o favor de Deus. Há quem o use para tentar
fazer com que Deus mude e faça o que desejam. Deus não é mudado por causa do
nosso jejum! As bênçãos não nos são dadas por causa do jejum, mas por causa da
cruz de Cristo. O Senhor Jesus nos ensinou a jejuar, e espera que seus seguidores
pratiquem o mesmo (Mt 6:16-18).
PARA REFLETIR
01. A maneira que utiliza seus bens
glorifica a Deus?
02. Como ser um bom mordomo da vida devocional?