quinta-feira, 26 de agosto de 2010

REFORMA NA IGREJA DO SÉCULO XXI

Nós estamos precisando de uma nova Reforma! Na época da primeira Reforma, a igreja estava vendendo terrenos nos Céus; nos dias de hoje, a igreja está vendendo terrenos na Terra. Naquele tempo, as pessoas ansiavam pelos tesouros dos Céus; hoje, as pessoas anseiam pelos tesouros da terra. No passado, a igreja institucional usava a Bíblia para enganar os fiéis; no presente, muitas instituições também usam a Bíblia para enganar os cristãos. Mudaram as épocas, os nomes das pessoas, as propostas, as regiões geográficas, mas a ganância, a vaidade, a ambição e as estratégias continuam sendo as mesmas.
Precisamos de uma nova Reforma não, primeiramente, nas instituições, mas, sobretudo em nossos próprios corações. A Bíblia precisa ser redescoberta, não nos púlpitos e nas plataformas, mas nos nossos quartos e momentos mais íntimos. Se naquela época, as pessoas eram enganadas porque tinham os olhos nos Céus, hoje, as pessoas são enganadas porque têm os olhos na Terra; se no passado, os cristãos eram iludidos porque não tinham a Bíblia em suas mãos, hoje, eles são iludidos mesmo tendo uma, duas, três ou mais Bíblias em casa. O problema não é a falta das Escrituras, mas, sim, a falta de leitura e meditação na Palavra de Deus. Os cristãos se tornaram acomodados e preguiçosos!
Nos dias de hoje, poucas são as pessoas que não se deixam levar pela preguiça intelectual; e muitos são os que preguiçosamente se assentam para ouvir a música ou a pregação de um outro. Muitos são os que só se alimentam daquilo que é regurgitado por outros; e poucos são os que, diante do Senhor, cavam as suas próprias cisternas a fim de beberem das águas mais límpidas. Muitos, sem o saber, já estão doentes, pois são muitos os que não mais têm fome e nem sede. Alimentam-se através de uma sonda, quando alguém lhes injeta algum tipo de alimento na alma.
Os sermões, as pregações e a adoração congregacional são fundamentais; mas eles jamais substituem o firme fundamento que é construído no trabalho solitário da leitura e meditação diária nas Escrituras, quando a pessoa pode se encontrar e relacionar-se intimamente com a Palavra que se fez carne, Jesus, o Pão do Céu, o desejado da nossa alma. A recomendação que Paulo deu a Timóteo é a mesma que ecoa pelas paredes dos séculos e reverbera nos nossos ouvidos: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Timóteo 2.15 – RA).
Voltemos à Palavra e ao Testemunho!
Gustavo Bessa

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A VIDA ESTA SEMPRE SE RENOVANDO

É uma pena, mas nem todas as pessoas sabem e conseguem curtir sua melhor idade. Não existe uma matéria na grade curricular escolar que ofereça diretrizes às pessoas que, inevitavelmente, um dia chegarão a essa fase da vida. Também não é possivel negar que alguns não admitem e até mesmo rejeitam firmemente identiifcar-se como parte desse grupo.
Milhões e milhões de brasileiros já chegaram aos sessenta anos e a expectativa é que vivam mais quinze ou vinte e cinco anos. Que enorme desafio e que magnifica oportunidade tem pela frente todo aquele que compreende que sua vida está nas mãos de Deus, que pretende usá-lo produtivamente até o final de sua existência. Todos os recursos dessa pessoa - maturidade, experiência, conhecimento, tempo e, para alguns, recursos financeiros - devem ser utilizados em prol do reino de Deus.
Essa pessoa pode tornar-se um exemplo vivo do que a Palavra declara em Salmos 92.12-15: " Os justos florescerão como a palmeira, crecerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão frutos, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha rocha, nele não há injustiça"..
Para permanecermos frutiferos na melhor idade dependemos de tomar decisões sábias enquanto ainda somos jovens. Lamentavelmente, muitos não reconhecem a necessidade de planejar, sob todos os aspectos, a época da aposentadoria. Para o cristão que encara seu relacionamento com Deus com seriedade, essa época representa um dom do Senhor que deve ser usado para a sua glória, para o engrandecimento do reino e nunca, jamais, ser desperdiçado única e exclusivamente para o próprio prazer (Efésios 5.15-17).
Precisamos adotar a mentalidade de Calebe, que encarou a sua vida na velhice como um desafio e não como uma ameaça (Josué 14.6-15). Devemos resistir à tentação de hibernar, de murchar, de arrefecer e cair no marasmo de um cotidiano insípido e modorrento.
Créditos a revista Lar Cristão pela entrevista do Sr. Jaime Kemp - edição nº115 - compre e veja mais detalhes.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ABORTO É OU NÃO CRIME?

Aborto: Uma Perspectiva Bíblica


No Brasil, como em muitos outros países, a palavra "aborto" provoca fortes reações e gera discussão acalorada. Legisladores e juízes convocam testemunhas "peritas" (médicos, psicólogos, teólogos, etc.) para influenciar a política pública. Casos extremos, tais como a gravidez de jovens vítimas de estupro, são usados para injetar um alto nível de simpatia emocional nas discussões.

Mas esta não é uma mera questão emocional ou legal. Não podemos confiar nas autoridades do governo para decidir o que é certo e o que é errado em questões que envolvem a vontade de Deus. Governos humanos estão longe de serem perfeitos, e freqüentemente permitem coisas que Deus proíbe. Precisamos seguir o exemplo de Pedro e dos outros apóstolos: "Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29).

Como deve ver o aborto uma pessoa que respeita a Deus e quer obedecê-lo? Será o aborto uma opção aceitável para resolver os problemas de gravidez indesejada? Será que os princípios bíblicos defendem o direito de uma mulher escolher o aborto?

Deus faz uma distinção

Desde a Criação, Deus fez uma distinção entre as diferentes formas de vida. Ele criou as plantas e os animais, e depois criou o homem. Este era claramente distinto das outras formas de vida pelo menos de duas maneiras: o homem foi feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27), e o homem foi colocado acima de todas as outras formas de vida que Deus tinha criado na terra (Gênesis 1:28-30). Isso incluiu o direito do homem matar e comer plantas e animais (Gênesis 1:29-30; 9:2-3). Observe que o homem mata com permissão. Podemos matar uma bananeira, um frango ou uma vaca porque Deus nos deu permissão para matá-los.

Deus não nos deu permissão para matar seres humanos. Enquanto ele usa governos humanos para punir os malfeitores, especialmente os assassinos (Romanos 13:1-7; Gênesis 9:6), ele nunca deu para nós o direito de matar seres humanos inocentes.

Para defender biblicamente o ato de uma mulher e seu médico de tirar a vida de uma criança ainda não nascida, a pessoa teria que provar que ela é uma planta ou um animal, e não uma vida humana. Todas as espécies criadas se reproduzem segundo sua espécie (Gênesis 1:11-12,21,25,28). Sementes de maçã produzem macieiras. Cães produzem cães. Humanos produzem humanos. É impossível colocar um humano não nascido em alguma das categorias de vida que Deus nos permitiu matar. É nos permitido matar porcos inocentes, porém não humanos inocentes.

Debates sobre o aborto freqüentemente agitam esta questão, e as águas estão turvas pelos argumentos filosóficos e médicos. Alguns sugerem que a vida começa quando o feto é "viável" ou capaz de sobreviver fora do útero. Mas uma tal definição é artificial e está constantemente se alterando. Mesmo depois do nascimento, um recém-nascido é totalmente dependente da proteção e do cuidado de outros. Outras pessoas sugerem que a vida começa com a primeira respiração. É verdade que a vida de Adão começou deste modo (Gênesis 2:7) e que os corpos ressuscitados foram considerados vivos quando o espírito respirou sobre eles e eles se levantaram (Ezequiel 37:8-10; Apocalipse 11:11). Mas esses fatos não provam que uma criança ainda não nascida (Adão nunca foi um feto) não esteja viva, ou que Deus não reconhece o seu valor.1 Não podemos usar o caso excepcional da criação de Adão para justificar a matança de seus inocentes descendentes!

Aqueles que buscam indicações bíblicas para o começo da vida deverão considerar também o princípio em Gênesis 9:4 de que a vida está no sangue. Ao tempo em que a maioria das mulheres conseguem confirmar que estão grávidas, o sangue já está circulando no corpo do filho ainda não nascido. Deus não autoriza a mãe nem a ninguém a derramar o sangue dessa criança inocente.

É interessante observar o modo como são descritas na Bíblia as crianças em gestação. Dois fatos notáveis se tornam evidentes: A linguagem usada para descrever a criança não nascida é a mesma usada para descrever a criança humana já nascida (veja Gênesis 25:21-22; Jó 3:3; Lucas 1:36 ,41,44,57; 2:7,12; Atos 7:29; etc.). Tentativas modernas de desumanizar as crianças em gestação referindo-se a elas como meras massas de tecidos ou fetos impessoais não são baseadas em princípios bíblicos.  Deus reconheceu a importância das crianças desde antes de nascer. Ele freqüentemente falou sobre pessoas que foram escolhidas, mesmo antes do nascimento, para papéis especiais no serviços dele (Salmo 139:13-16; Isaías 49:1, 5; Jeremias 1:5; Gálatas 1:15).

Não há apoio bíblico para a idéia de que a vida de uma criança no útero possa ser destruída como se fosse nada mais do que um animal ou planta.

A vasta maioria dos abortos é feita por motivos inegavelmente egoístas. O grito de guerra dos que são favoráveis ao aborto reflete claramente uma devoção idólatra ao suposto direito da mulher de "livre escolha". É o corpo dela, eles insistem, assim ela teria direito de decidir abortar ou não. Este não é o lema de preocupação amorosa e desprendida pelos outros (a criança não tem escolha!). É a divisa das pessoas egoístas que colocam sua liberdade sexual, progresso na carreira, segurança financeira ou sua própria saúde acima do bem-estar da criança que está no útero. Uma vez que ela concebeu, seus interesses egoístas devem dar lugar ao amor materno. Ela deve buscar o que é melhor para seu filho, e não para si. A mulher que mata seu filho demonstra egoísmo e uma falta de afeição natural, sinais claros de inimizade com Deus (2 Timóteo 3:2-5). A mulher que ama a Deus também amará seus filhos (Tito 2:4).

Durante décadas, os defensores do aborto têm usado casos emocionais para abrir as comportas e permitir o aborto ilimitado. O caso jurídico mais famoso até hoje2 foi baseado no testemunho de uma mulher que mais tarde admitiu que tinha mentido sob juramento, dizendo que tinha concebido como resultado de estupro. O fato foi que ela havia cometido fornicação e então queria matar o filho que tinha concebido.

Mas, ocasionalmente, há um caso real de uma vítima de estupro ou incesto que procura abortar. A pesquisa tem documentado que todos esses casos extremos (estupro, incesto, risco à vida da mãe, defeitos natos sérios) respondem por uma pequena porcentagem (provavelmente menos de 2%) de todos os abortos.3 Estupro e incesto são errados e os criminosos deverão ser punidos. Mas antes de nos atirarmos a uma conclusão emocional que justifique a matança de crianças antes do nascimento, considere como tais justificações são ilógicas e contra a ética. Suponhamos que alguém que você nem conhece invada sua casa e roube seu aparelho de televisão. Você teria, então, o direito de invadir a propriedade de seu vizinho e roubar o carro dele? Claro que não! A pessoa que roubou seu televisor cometeu crime contra você. Isto não lhe dá o direito de prejudicar seu vizinho inocente. Estupradores cometem um crime terrível contra mulheres e meninas inocentes. Isto, contudo, não justifica a matança de crianças inocentes.

Crianças mortas não são as únicas vítimas de aborto. Aqueles que tomam e executam a decisão de tirar vida inocente (mães, amigos e membros da família, namorados, médicos, etc.) sofrem muito tempo depois que o ato é praticado. Primeiro, têm que enfrentar o sofrimento espiritual de saber, apesar de todas as racionalizações e justificações, que o que fizeram era errado. Somente o arrependimento genuíno e submissão a Deus pode curar o dano espiritual feito em um aborto. Segundo, o aborto quase sempre causa problemas emocionais duradouros na vida daqueles que se envolveram, especialmente a mãe que nunca esquece da criança que ela resolveu matar. A pesquisa tem mostrado que os abortos freqüentemente causam problemas psicológicos severos, tanto imediatos como duradouros.4

O perdão é possível?

O trauma após o aborto é freqüentemente tão severo que a mulher ou seus cúmplices sentem-se imperdoáveis. É óbvio que não podemos desfazer os erros do passado. Mas o remorso que sentimos pelos pecados passados não precisa destruir o futuro. Não podemos ignorar o que fizemos ou simplesmente esquecê-lo. Precisamos voltar-nos para Deus e resolver o problema com seu auxílio: "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte" (2 Coríntios 7:10). Deus quer perdoar. Precisamos querer voltar humildemente para ele para receber perdão de acordo com os termos que ele determinou. Nosso alívio pode ser encontrado no mesmo lugar em que Paulo encontrou perdão depois de levar inocentes cristãos à morte: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:24-25).

1 Êxodo 21:22-23 é algumas vezes citado como "prova" bíblica de que o nascituro não é vida. A palavra algumas vezes traduzida aqui como "aborte" significa literalmente "sair" e poderá incluir um aborto acidental (fracasso) ou nascimento prematuro. Mesmo que pudesse ser provado que o versículo se refere a aborto acidental, isto provaria apenas uma diferença em valor "econômico" de pessoas diferentes. O Velho Testamento reconheceu uma diferença em valor monetário de vários seres humanos (por exemplo, pessoas livres valiam mais do que os servos), mas isto não nega seu valor intrínseco como seres humanos (veja Êxodo 21:28-32).

2 Caso jurídico Roe X Wade, no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, 1973. Esse caso efetivamente legalizou abortos nos E.U.A. De 1973 a 1998, houve mais de 35 milhões de abortos "legais" nos E.U.A.

3 Diane Dew, "Choice has a Name", The Milwaukee Journal, 21/2/1992.

4 Relatórios de pesquisa feita pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos e pelo Instituto Alan Guttmacher, publicados no The Standard, 1992, sugerem que tanto quanto 91% das mulheres sofrem problemas psicológicos sérios depois de fazerem abortos. Outro estudo de 70 mulheres em Milwaukee, Wisconsin, EUA mostrou que 82% sofreram problemas psicológicos por causa de abortos (Liebman & Zimmer, The Psychological Aspects of Abortion).

- por Dennis Allan